Hoje


Preencho o branco do pensamento com traços soltos à mão do acaso,
Sem linhas retas, destilo o tempo, e o cansaço vence o meu cansaço.
Procuro estradas, vou por atalhos, seguindo o faro do meu destino
Que leva não sei aonde, nem quando estou.

Só sei que sigo cortando ruas, cruzando montes, bebendo rios,
Nascendo fontes, jorrando sonhos, regando flores.
Pelo caminho, saúdo o Sol, saúdo o sal. Tempero a vida com fel e mel.
Devoro o tempo com água e pão e engulo as noites com a solidão.

Desfaço as malas, recolho as louças, junto as migalhas.
Encontro o hoje e me contento, e me preparo para outro momento.
De continuar, seguir adiante, até que o amanhã seja hoje
E eu já não tiver mais para onde ir.

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