Sede


A boca chama teu nome sem letras
Os olhos buscam tua sombra no escuro
O peito ama o teu lugar vazio
Os sonhos desejam teu corpo sem peso

Como um vigilante à espreita do ladrão
Deixo o coração exposto à tua espera
submeto o sorriso à sorte do tempo
Recebo a chuva no corpo sedento
Seco a alma no Sol solitário

E o que era cansaço vira sossego
E o que é esperança vira amanhã
e à noite, sobre o calmo travesseiro,
Revejo as horas, conto os ponteiros,
e fecho os olhos e vivo o afã.

Foto: Guaramiranga - Ceará

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