Amor Peralta



O meu amor, eita menino atabalhoado! Quando eu penso que está quieto no canto, lá está ele no meio do povo, desembestado! Sai por aí, sem avisar. E quando eu dou fé, já chega em casa com novidade.

Às vezes me engano, achando que ele está controlado. Mas que nada, no máximo está só vigiado. Pois feito moleque do mato, meu amor sai caçando aventuras sem medo de dor, nem de voltar chorando.

Parece um cachorro, daqueles que a gente pensa que leva pra passear, mas é só engano. Ele é quem nos leva. E arrastando vai nos enrolando, correndo atrás de pneus que giram, giram como as ilusões. Como aquelas que nos deixam felizes e tontos.

Eh, amor peralta! descalço na trilha de cal e pedra. Com um tanto de machucado pelo corpo. Só espero que um dia, entre um e outro tropeço, esbarre num susto e acalme o facho.

Quem sabe assim, com o passo dado, acerte o alvo que não foi mirado e por fim se aquiete tranquilo, aliviado.

Foto: Pirenópolis - Goiás

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