Luares



Nas varandas das casas e apartamentos, jorrando nas ruas
Registros acústicos de suspiros e espasmos se espraiam nos sonhos
Refletem o brilho da lua, claream os escuros becos da solidão
E sopram nos outros dormentes uma brisa serena e morna com cheiro de paixão

Lampejos de luz púrpura saltam feito fonte dos peitos arfantes
Inundam sorrisos passantes nas pedras boêmias
Colorem a noite inerte de uma tez surpreendente
E instigam outros corpos a uma força corrente

Em outros sítios se repete a melodia
A fria sombra se esvai com o calor do pulso aceso
Trocam de nomes duendes, fadas e faustos
E suspiram nas fronhas os que, em sonho, se sentem exaustos

Assim como a madrugada ofusca ressalta o tom do amor
O pardo véu da noite se vai na hora certa
Amanhecendo na cidade ébria uma névoa de vertigem
E revelando nos amantes o desejo dos que vivem

Quão belo dia se promete o que se vem
De novas telas pintou-se a paisagem
Sob o Sol outras tintas (c)olorem sentidos e jardins
E os despertados mal sabem que esta noite não tem fim

Foto: Barcelona

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