O quarto branco



Nada me leva a nenhum lugar

Procuro atalhos mais absurdos

Esbarro em pedras de meus escudos

Entrançadas no meu tramar


Nada de novo me eleva o ar

Espesso, imóvel, quase estático

No quarto oco, nada prático

Onde respiro meu respirar


Nada colore o branco só

Nem traços, moldes, quadros ou flores

Só o vazio dos meus temores

Não resta nada além do pó


Não há segredos a revelar

Nem mais mistérios a entender

A vida às claras vem me dizer

Destino algum hei de encontrar


Foto: Santiago de Compostela - Espanha

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